A história de Santa Teresa se confunde com a própria história da cidade do Rio de Janeiro. Situada no Morro do Desterro, no século XVIII servia de rota de fuga para escravos, através da densa floresta que recobria o morro – assim chamado porque Antonio Gomes do Desterro foi o primeiro habitante da região.
Em 1723, após a construção do Aqueduto da Carioca (Arcos da Lapa), levando água ao bairro, o Convento de Santa Teresa – da Ordem das Carmelitas – se instalou no sopé do Morro. A presença do Convento no bairro era tão marcante que a região passou a ser chamada de Santa Teresa.O aqueduto também intensificou a ocupação do bairro – muitas famílias abastadas se mudaram para a região, procurando a temperatura mais amena do alto do morro e fugindo ao calor das partes mais baixas da cidade.
Santa Teresa é o único bairro da cidade que ainda é servido por bondes elétricos. Os bondes, que começaram a circular no bairro em 1877 ainda puxados por muares, posteriormente eletrificados em 1896, são uma de suas características mais marcantes e um símbolo de Santa Teresa – ao mesmo tempo um meio de transporte e uma atração turística.
Santa Teresa é um bairro especial. Muito tranquilo, parece uma pequena cidade do interior. Ao mesmo tempo, é um bairro boêmio. São muitos os bares e restaurantes onde se realizam rodas de samba e shows musicais. A boa gastronomia também é uma das características de Santa Teresa.
É um bairro de arte – muitos artistas e artesãos têm seus estúdios e ateliês em Santa Teresa.
Aliás, a boemia e as artes fazem parte também da história do bairro. Raimundo de Castro Maia e Laurinda Santos Lobo viveram em Santa Teresa. Ambos eram grandes mecenas: financiavam artistas, colecionavam obras de arte e promoviam saraus. A casa onde morou Raimundo de Castro Maia é hoje o Museu da Chácara do Céu; e a casa de Laurinda Santos Lobo é hoje o Parque das Ruínas (Parque Glória Maria) – ambos atrações turísticas do bairro que merecem ser visitadas.
Santa Teresa é um bairro de arte, música, lazer, cultura e tranquilidade. É comum ver músicos, fotógrafos e artistas plásticos reunidos nos bares de Santa – como o bairro é chamado pelos íntimos.
A atmosfera é de cidade de interior. Em Santa, as pessoas sabem o nome do padeiro, fazem amizade com os vizinhos e batem papo com o jornaleiro sobre o noticiário.
Além de tudo isso, Santa Teresa é um bairro muito bonito. Muito arborizado, com uma arquitetura muito interessante – a maioria das casas data do início do século XX.
E de Santa Teresa podem ser vistas algumas das paisagens mais deslumbrantes das diferentes partes da cidade.